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Melhorias na técnica Crispr permitem edição de RNA em células humanas

Cientistas criaram um novo sistema para a edição eficiente de RNA em células humanas com a técnica Crispr. A edição de RNA, que pode alterar produtos de genes, tem potencial para ser usada tanto na pesquisa quanto no tratamento de doenças. O feito foi publicado na “Science”.

A técnica Crispr foi batizada de “REPAIR” (sigla em inglês para “Edição de RNA Programável para Substituição de A a I”). A estratégia permite a substituição de adenosina por iosina, por exemplo. No estudo, pesquisadores conseguiram editar bases específicas do RNA com eficiência de até 51% em alguns casos.

A equipe, coordenada por Feng Zhang, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), também foi a primeira a utilizar a técnica para a edição de DNA em embriões humanos. A estratégia foi apresentada em julho desse ano. Zhang é dono da patente da técnica.

A Crispr é um dos avanços científicos recentes mais importantes e permite que cientistas “recortem” e “editem” o genoma com precisão. A principal diferença da façanha agora é que ela permite a edição do RNA.

O RNA funciona como um intermediário entre o DNA e a produção de proteínas. Ele “transcreve” as informações contidas no DNA e permite a síntese de proteína. Uma das principais vantagens da edição no momento da transcrição é que a correção de mutações pode ser aplicada em vários estágios do desenvolvimento, sem necessidade de edições no DNA — estratégia que tem levantado muitas questões éticas sobre seu uso.