Por que a ECMO ficou tão conhecida na área da Saúde?

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Por que a ECMO ficou tão conhecida na área da Saúde?

A ECMO (Extracorporeal Membrane Oxygenation) é um sistema extracorpóreo de oxigenação por membrana que substitui temporariamente o pulmão e/ou coração em pacientes que apresentam o sistema cardiopulmonar comprometido.

 

A ECMO é um procedimento de alta complexidade e ultimamente vem crescendo em popularidade em meio à pandemia causada pelo SARS-CoV2, como parte da terapia de suporte aos pacientes com COVID-19 que apresentam insuficiência respiratória grave, refratária à ventilação mecânica convencional.

 

“Nesses casos e nas demais doença onde as funções cardiopulmonares estão comprometidas e necessitamos de tempo para que o coração e/ou pulmão se recuperarem funcionalmente, a ECMO tem se mostrado um forte aliado”.

 

O FUNCIONAMENTO: Essa terapia permite que o sangue do paciente seja drenado para fora do corpo do paciente através de cânulas especiais e um circuito de tubos com uma bomba centrífuga conectada a uma membrana polimérica.

 

Dessa forma, o sangue é enriquecido de oxigênio, o gás carbono eliminado e devolvido ao paciente que apresenta as funções cardíacas e/ou pulmonares comprometidas. É um tipo de suporte à vida que ajuda a manter o paciente vivo até que seu pulmão e ou coração se recupere de uma disfunção grave.

 

Para o correto manuseio dessa terapia, o profissional responsável pelo ECMO deve ter uma formação sólida com conhecimentos profundos em anatomia, farmacologia, fisiologia, fisiopatologia, análises clínicas e biotecnologia, além de habilidades não-técnicas como liderança, gestão de crise e raciocínio clínico.

 

O procedimento é altamente complexo e realizado em casos de altíssima gravidade onde existe um comprometimento severo pulmonar ou cardiocirculatório, com grande risco de morte. A ECMO é uma terapia de resgate e aumenta as chances de sobrevida desses pacientes críticos quando bem conduzida.

 

“A ECMO pode ficar conectado ao paciente durante muito tempo e requer assistência de um profissional especializado durante vinte e quatro horas por dia, durante os sete dias da semana”.

 

Pacientes em ECMO permanecem internados em Unidades de Terapia Intensiva durante todo o tempo do suporte e demandam uma atenção integral dos profissionais que trabalham nessas unidades. Assim, todos os profissionais que atuam em terapia intensiva e não apenas o responsável pela condução da ECMO, necessitam de treinamento específico.

 

A ECMO vem salvando vidas há mais de três décadas ao redor do mundo, mas no Brasil só recentemente ganhou espaço na mídia, como no caso da boate Kiss em Santa Maria (RS), na epidemia de H1N1 em 2009 e atualmente na COVID-19. A utilização de ECMO está cada vez mais consolidada e difundida como terapia de resgate e cada vez mais empregada em casos graves de patologias cardíacas, pulmonares e não cardíacas.

 

O PROFISSIONAL: Para fazer ECMO, não basta simplesmente ter o equipamento à disposição. A terapia é complexa, exige uma estrutura hospitalar adequada, que possibilitem a realização de procedimentos complexos, equipes muito bem treinadas e dedicadas para conduzir essa terapia, com capacidade de um acompanhamento adequado e multidisciplinar a pacientes críticos.

 

Somente profissionais com formação na área da saúde que estejam habilitados em ECMO, podem conduzir essa terapia de forma segura e com bom resultado. Dessa forma todo profissional interessado a trabalhar com ECMO deve passar por um treinamento intensivo e robusto especificamente desenhado para a condução dessa terapia.

 

Com um quadro de professores altamente qualificados, laboratório de alto nível e parcerias de estágio em centros de excelência, o IPESSP inovou e é o primeiro instituto do Brasil a oferecer uma pós-graduação em ECMO para profissionais da saúde, reconhecida pelo MEC.

 

Dr. Luiz Fernando Caneo – Médico, com Doutorado em Cirurgia Torácica e Cardiovascular pela USP. É médico assistente no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo – InCor HC-FMUSP. Coordenador da Pós-graduação em ECMO do IPESSP e professor da FMUSP.

 

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