Teste descobre bactéria resistente a antibiótico em meia hora
Um teste desenvolvido no Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) conseguiu identificar em apenas meia hora se as bactérias são resistentes aos antibióticos.
Como o teste atual leva pelo menos dois dias, a esperança é que isso dê aos médicos uma nova ferramenta para combater infecções e as chamadas superbactérias.
No mês passado, a Organização Mundial de Saúde emitiu mais uma advertência ameaçadora: o mundo está ficando sem antibióticos devido ao uso excessivo e ao mau uso desses medicamentos, fazendo com que eles percam a eficácia.
O novo teste pode ajudar permitindo que os médicos escolham melhor quais antibióticos vão aplicar para tratar uma infecção.
Hoje, quando os médicos tratam pacientes com infecções bacterianas, eles frequentemente ignoram antibióticos de primeira linha, como meticilina ou amoxicilina – medicamentos contra os quais as bactérias são mais propensas a serem resistentes – e seguem direto para antibióticos de segunda linha, mais fortes, como a ciprofloxacina.
Esta prática aumenta a chance de que o tratamento seja efetivo, mas não é ideal porque o aumento do uso de antibióticos de segunda linha aumenta a probabilidade de que as bactérias também se tornem resistentes a essas drogas mais fortes.
Detecção da resistência bacteriana
O novo teste funciona assim: uma amostra de urina coletada de um paciente na UTI é dividida em duas partes. Uma parte é exposta a um antibiótico por 15 minutos, enquanto a outra parte incuba sem antibióticos.
As bactérias de cada amostra então são quebradas para liberar seus conteúdos celulares, que passam por um processo que combina uma técnica de detecção química, chamada amplificação isotérmica digital em tempo real, ou dLAMP, e uma análise por um biochip. Esta combinação replica marcadores de DNA específicos para que eles possam ser fotografados e contados individualmente – eles aparecem como pontos fluorescentes no biochip.
O teste parte do princípio de que as bactérias irão replicar seu DNA (em preparação para a divisão celular) de forma menos eficiente em uma solução antibiótica, resultando na presença de menos marcadores de DNA. No entanto, se as bactérias são resistentes ao antibiótico, a replicação do seu DNA não será dificultada e o teste revelará números semelhantes de marcadores de DNA nas soluções tratadas e não tratadas.
Avaliado em 54 amostras de pacientes internados em UTI por infecções pela bactéria Escherischia coli, o teste apresentou uma correspondência de 95% com os resultados obtidos usando o teste padrão de dois dias, considerado o padrão ouro atual.
O próximo passo será a realização de ensaios clínicos com um número maior de pacientes.
Fonte: Diário da Saúde