Fazer uma Especialização Lato sensu promove crescimento profissional, aponta pesquisa com egressos do IPESSP

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Fazer uma Especialização Lato sensu promove crescimento profissional, aponta pesquisa com egressos do IPESSP

Estudo de Mestrado da biologista e fundadora do IPESSP, Nilva Oliveira, realizado na PUC (Pontifícia Universidade Católica), baseado em entrevistas com 86 egressos da instituição, reafirma as vantagens de se fazer um curso de Especialização na área da saúde

 

“O meu principal objetivo foi entender melhor como este profissional da saúde está sendo formado e se está atendendo suas necessidades e expectativas”.

 


No final da década de 90, a então biologista Nilva Oliveira, recém concursada na Fundação Pró-sangue do Hemocentro de São Paulo, enfrentou muitas dificuldades para fazer uma atualização em Hematologia devido às demandas do novo trabalho.

Teve que fazer um curso fora da cidade de São Paulo, sofreu um grave acidente e, um ano depois, criou o IPESSP para preparar o profissional graduado da saúde enfrentar os desafios do mercado de trabalho.


Décadas depois, mesmo com o IPESSP crescendo e tendo os cursos bem elogiados e avaliados nas pesquisas internas, ela resolveu constatar, de forma científica, o impacto de uma pós-graduação para o crescimento profissional.

Depois de quase dois anos de um amplo estudo com cerca de oitenta e seis egressos das turmas de Hematologia e Hemoterapia, Profa. Nilva apresentou as conclusões do seu Mestrado Profissional.

Nesta entrevista, ela conta quais foram as suas motivações, o desenvolvimento do estudo, as suas conclusões e quais as melhorias que pretende implantar no IPESSP.

Blog do IPESSP – Como foi o processo de escolha do tema da sua pesquisa de Mestrado?

 

Profa. Nilva Esta pesquisa teve como objetivo avaliar, a partir de bases científicas, o impacto da Pós-Graduação Lato Sensu do IPESSP dos egressos do curso de Hematologia e Hemoterapia.

Sobre a escolha do tema, como mantenedora do IPESSP, sempre percebia a evolução profissional dos nossos alunos, mas apenas de forma empírica, de comentários e até das avaliações internas. Queria saber efetivamente o que ocorreu na vida profissional depois do curso.

 

Comentei isto com alguns colegas que me apoiaram em transformar esta minha aspiração no meu antigo desejo em fazer o Mestrado.

 

Constatei na literatura científica que existiam poucos estudos sobre egressos e, então, busquei instituições renomadas onde eu pudesse realizar a pesquisa na linha de processos de ensino, aprendizagem e de avaliação na área da Saúde.

 

Encontrei na PUC, um Programa de Mestrado que inseria as profissões da área saúde. Além disso, a própria coordenadora deste programa de Mestrado, a Profa. Dra. Raquel Aparecida de Oliveira se interessou pelo tema, pelo projeto e me entusiasmou em desenvolver esta pesquisa.

 

Blog do IPESSP – Por que o teu foco foram os egressos do curso de Hematologia e Hemoterapia? 

Profa. Nilva Foi o curso precursor da existência do IPESSP. Por muitos anos, foi o carro chefe da instituição e sempre tive um carinho especial por esta área. Aliás, o IPESSP surgiu e nasceu por causa do meu desejo de aprender Hematologia. Quando fui aprovada no concurso para a Fundação Pró-sangue Hemocentro de São Paulo sentia necessidade deste conhecimento, especialmente em Hemoglobinopatias, já que atuava em um laboratório de anemias.

 

Blog do IPESSP – Pelo fato de ser uma das fundadoras do IPESSP, não ficou com medo dos resultados do estudo levantar dúvidas quanto à qualidade da instituição?

Profa. Nilva – Não, porque já tinha uma premissa de que a especialização contribui muito para valorização profissional, salários e perspectivas de empregabilidade. Mesmo correndo algum risco, sempre tive confiança.

Sabia que o curso era elogiado, bem avaliado, mas não tinha a dimensão científica do seu impacto que, inclusive, vai ao encontro da minha missão empresarial na formação destes profissionais da saúde que lidam com vidas.

Posso dizer também que a minha convicção de fazer este Mestrado veio quando li uma frase no livro de Umberto Eco sobre como defender uma tese. Ele dizia que, “se for para se aprimorar a memória, é melhor aprender coisas que nos agrade, nos interessam ou nos sirvam”.

 

Blog do IPESSP – Como foi o processo de obtenção de dados para o embasamento da sua premissa?

Profa. Nilva – A base do estudo foram os 291 egressos de 24 turmas de Hematologia e Hemoterapia e, por meio de questionário com 40 questões, saber deles o grau de satisfação quanto à aprendizagem, a contribuição do curso para sua formação e aplicabilidade do conhecimento, habilidades e atitudes.

 

Blog do IPESSP – Quais os aspectos que foram abordados durante o desenvolvimento do escopo do trabalho?

Profa. Nilva Neste processo, os principais aspectos incluíram as políticas públicas em saúde, a educação interprofissional e interdisciplinar, a força de trabalho em Saúde, a formação para o trabalho e a avaliação educacional.

Dos egressos, levantamos dados demográficos, idade, gênero, profissão, ano de graduação, vínculo laboral, inserção profissional no mercado de trabalho e renda média mensal.


Questionamos sobre os aspectos diretamente ligados ao curso como duração, infraestrutura, processos acadêmicos, suporte para o aprendizado e apoio financeiro.

 

“Quase todos, 98%, consideraram a grade curricular adequada à atuação do profissional”

 

Blog do IPESSP – Na análise da importância da pós-graduação na consolidação profissional, o que mais te chamou atenção?

Profa. Nilva – Para 76%, a pós-graduação auxiliou na melhoria da inserção profissional e, para mais da metade deles, gerou maior segurança na atuação profissional.

Quase todos, 98%, consideraram a grade curricular adequada à atuação do profissional. Alguns relataram que o curso também ajudou a entender o funcionamento dos equipamentos.

constatei que, apesar das melhorias que precisamos implementar, o conteúdo aprendido é aplicável à prática profissional de qualidade.

 

Blog do IPESSP – E no impacto pessoal, de atitude, habilidades e perspectivas profissionais?

Profa. Nilva – Muitos citaram que passaram a ser mais críticos e minuciosos no trabalho, na integração das equipes multiprofissionais, no atendimento e o diagnóstico do paciente.

Após efetuarem o curso, alguns ingressaram no Mestrado, assumiram cargos de supervisão, em assessoria científica e, consequentemente, tiveram ganhos salariais.

Não apenas ganhos salariais, como também passaram a não precisar acumular empregos em emergências e plantões. Aliás, como aconteceu na minha trajetória profissional.

 

Blog do IPESSP – O que pode ser melhorado no curso, a partir dos dados levantados?

Profa. Nilva – Apesar dos resultados bem satisfatórios, identificamos algumas dificuldades relatadas, por quase 70% dos entrevistados, como as de classificar e identificar células oncohematológicas, mas já temos um plano de ação para corrigir esta lacuna.

Constatei ainda que não houve uma melhora esperada quanto à produção científica e a participação em eventos da área.

“Após efetuarem o curso, alguns ingressaram no mestrado, assumiram cargos de supervisão e em assessoria científica e, consequentemente, tiveram ganhos salariais.”

 

Blog do IPESSP – A realização de uma especialização tem motivações como crescimento profissional, prestígio e ganhos salariais. Como você analisa o peso de cada um destes aspectos no processo de decisão?

Profa. Nilva – Para tudo na vida, você tem que buscar conhecimento e evoluir sempre, o que não é diferente no que diz respeito ao crescimento profissional.

O aumento de salário e a promoção são consequências da forma como este conhecimento é obtido, do esforço e da dedicação. Mas as chances de se fazer sucesso e se sentir realizado estão associadas, principalmente, quando você faz o que gosta.

 

Blog do IPESSP – A partir desta pesquisa, o que os alunos do IPESSP podem esperar na melhoria dos cursos?

Profa. Nilva – Vamos ter mais atenção em quatro momentos da trajetória do aluno no IPESSP:  na sua chegada, durante o curso, ao término e após o curso, oferecendo atualizações constantes.

Estamos planejando aplicar um novo modelo de avaliação em TD&E que significa Treinamento, Desenvolvimento e Educação.

Vamos acompanhar mais os resultados profissionais dos egressos e promover melhorias constantes, sempre alinhadas com as necessidades e expectativas do mercado de trabalho.

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