PCR na detecção rápida da febre amarela

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PCR na detecção rápida da febre amarela

Com indícios de uma iminente epidemia de febre amarela no país, a rápida detecção de novos casos torna-se fundamental para um controle eficaz da doença. Uma parceria entre o Instituto Koch, da Alemanha, e a ThermoFisher, resultou em uma tecnologia capaz de processar resultados mais precisos, com maior eficácia e tempo recorde de resultado até então.

Por meio da utilização de PCR em Tempo Real, a tecnologia, que já é utilizada há algumas décadas no mercado, foi, nesse caso, personalizada para detectar especificamente o genoma do vírus da febre amarela.

A partir de uma amostra de sangue da pessoa, extrai-se o RNA, que contém a possível molécula do patógeno. Se houver contaminação, o reagente identifica apenas o genoma do vírus, isolando o genoma humano.

“A detecção não é visual ou por meio de anticorpo, é simplesmente pela presença do genoma do patógeno”, resume Eduardo Castan, especialista em treinamentos da ThermoFisher no Brasil.

Atualmente, o método ELISA é ainda o mais utilizado na identificação da presença do vírus.

Entretanto, além dos resultados demorarem até 14 dias para serem processados, pode gerar falsos negativos, pois é necessário que a pessoa tenha a infecção em estágio avançado, após o início ou término dos sintomas, uma vez que a detecção é feita pelos anticorpos produzidos pelo organismo para combater o vírus na pessoa, ou seja, é uma detecção indireta do processo.

“Se a amostra de sangue tiver sido coletada antes do início da produção dos anticorpos, provavelmente a sorologia não fará a correta identificação. Ao contrário do método PCR em Tempo Real, que permite uma detecção mais específica, mais sensível, mais rápida e em menor estágio de desenvolvimento da doença, ou seja, com a carga viral mais baixa”, informa Castan.

Em cerca de três ou quatro dias após a picada, o vírus já poderá ser encontrado no organismo.

Após ter a sua eficácia comprovada pelo instituto alemão, o painel desenvolvido pela ThermoFisher já está disponível para ser utilizado comercialmente em laboratórios.

A ideia inicial do Instituto Koch, que começou há um ano, era estruturar uma biblioteca científica com resultados validados em laboratórios na América Latina, em países com o foco da doença.

No Brasil, os laboratórios que usarão os painéis são o Instituto Evandro Chagas e o Instituto Carlos Chagas/Fiocruz, onde no momento acontecem os testes de validação para serem publicados.

Pela América Latina, os laboratórios que estão trabalhando com o kit de ensaios são Equador, Paraguai, República Democrática do Congo e Peru.

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