A liderança e os novos desafios da gestão hospitalar frente à pandemia da Covid-19

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A liderança e os novos desafios da gestão hospitalar frente à pandemia da Covid-19

Autor: Prof. Dr. Airton Viriato

Os Hospitais caracterizam-se por serem estabelecimentos de alta complexidade, com desafios tanto na área assistencial como no setor administrativo.

O cotidiano envolve, inevitavelmente, situações de estresse para pacientes e acompanhantes, bem como para os colaboradores.

Nesse contexto, a alta administração precisa aliar inteligência emocional à expertise, para realizar uma gestão eficaz e transparente, sem perder o foco no atendimento de excelência aos pacientes e seus acompanhantes.

Na Gestão Hospitalar, um dos maiores desafios e objetivos é manter todos os segmentos do Hospital funcionando simultaneamente, com eficiência e qualidade.

Além da parte assistencial propriamente dita, há diversos setores de apoio, como lavanderia, hotelaria, farmácia, e outros, cada um com suas necessidades específicas na Gestão.

Para que o Gestor Hospitalar tenha sucesso em sua gestão, há necessidade da confluência de diversos fatores: corpo clínico qualificado, colaboradores, qualidade dos serviços prestados, a estrutura física, políticas de recursos humanos, entre várias outras estratégias adotadas.

O saber e a competência são importantes para que ocorra uma troca de experiência e o gestor possa ser um facilitador.

O empenho de uma gerência formada por Profissionais formados e especializados na dinâmica hospitalar também facilita e otimiza a gestão.

Não se pode esquecer de avaliar a relação custo/benefício, que também é de suma importância na promoção e melhoria da saúde, independentemente de sua complexidade e porte hospitalar.

Há uma renovação em curso, no que se refere aos Gestores Hospitalares. Novos profissionais buscam diferentes abordagens administrativas para enfrentar os desafios recentes. Um destes desafios é a ocorrência de divergências internas às organizações de saúde, por vezes com a disputa de poder entre profissionais de diversas áreas. Esse problema recorrente torna-se mais grave quando se observa que o atendimento hospitalar de excelência requer profissionais unidos, trocando informações e experiências, principalmente em contexto emergencial como o de uma pandemia.

Durante a pandemia do novo coronavírus, cada gestor de serviços de saúde tem se preocupado com os profissionais que compõem sua instituição. Com a pandemia, grande parte dos colaboradores vem passando por situações adicionais de risco físico-psíco-social. Há profissionais adoecendo, vivenciando sensações aflitivas de pânico e angústia.

Ainda hoje, a maioria dos Gestores Hospitalares vem das áreas médica e/ou de Enfermagem. No entanto, essa realidade vem mudando à medida que aumentam as oportunidades para a formação específica de Gestores Hospitalares.

Trata-se do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar. Ao longo do tempo, com a crescente complexidade da Gestão Hospitalar, observa-se o aumento da necessidade de profissionalização da Gestão; a formação específica passa a ser um diferencial estratégico, essencial para a Instituição Hospitalar.

O Gestor Hospitalar tem por papel principal a liderança, devendo apresentar boa capacidade comunicativa, de modo a motivar e aconselhar a equipe; uma forma de se fazer isso é desenvolver programas de metas para as unidades. Para um gerenciamento de qualidade, não basta somente ditar normas e regras: é necessário estar disposto a cumprir metas e agir juntamente com a equipe em diversas situações (RODRIGUES et al., 2018).

Uma característica fundamental do bom gestor hospitalar, enfatizada por diversos autores em tempos recentes, é a capacidade para gestão de conflitos – e, eventualmente, até de resistências – por parte dos colaboradores.

A análise crítica do conjunto de relatos avaliado evidencia a necessidade de uma gestão compartilhada e dialógica, ou seja, privilegiando o diálogo. Porém, sem abrir mão da objetividade na tomada de decisões.

O modelo de liderança deve ser estruturado e baseado nos princípios do próprio Hospital: assim, o Gestor Hospitalar deve conhecer e respeitar protocolos e diretrizes institucionais, atuando de modo a equilibrar atividades administrativas e assistenciais. Possui um papel importante na promoção do envolvimento de todos os profissionais, mesmo diante desses novos desafios. É necessário que a comunicação seja clara e as tomadas de decisão assertivas e conscientes, principalmente em contextos de mudanças rápidas e desafiadoras como períodos pandêmicos. Nestes momentos, é ainda mais importante uma avaliação contínua de processos.

As decisões podem requerer a criação e atuação de comitês de crise, de modo a garantir a pluralidade e dar maior legitimidade às adaptações propostas, que devem ser transmitidas com clareza e segurança, de modo a manter a coesão, envolvimento e motivação de toda a equipe.

Para uma Gestão Hospitalar eficiente, é preciso aliar formação especializada, conhecimento institucional, boa comunicação e disposição para enfrentar desafios e adaptações abruptas. Estas características são fundamentais no contexto da pandemia, mas seguem necessárias na atuação diária, cotidiana, devendo assim ser metas contínuas do Gestor Hospitalar.

Prof. Dr. Airton Viriato é Coordenador do Curso de Gestão Hospitalar Do IPESSP

 

Mais informações:
https://www.ipessp.edu.br/site/cursos/tecnologo-em-gestao-hospitalar/

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