Uso indevido de antibióticos pode matar 10 milhões de pessoas até 2050

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Uso indevido de antibióticos pode matar 10 milhões de pessoas até 2050

Você é daqueles que bastou uma dorzinha um pouco mais intensa para desenterrar aquele velho antibiótico da gaveta de remédios? Cuidado: até 2050, segundo o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), estima-se que 10 milhões de pessoas morrerão por uso excessivo e descontrolado do medicamento. Para ter uma noção, a cifra ultrapassará as mortes provocadas por câncer.

Tudo isso por conta das superbactérias, que não respondem mais aos antibióticos disponíveis no mercado, provocando infecções graves e difíceis de serem curadas. Para combatê-la, não basta apenas restringir a venda dos antibióticos, como já acontece no país desde 2010 –quando uma medida estipulou que a comercialização só pode ser feita mediante receita médica.

Não basta apenas restringir a venda nas farmácias
Segundo os especialistas, há várias frentes que precisam ser atacadas em conjunto para impedir o avanço das superbactérias. Isso porque a superbactéria não tem início no hospital, mas, sim, no dia a dia e pode ficar anos e anos silenciosa no organismo. “É um processo a longo prazo. A resistência ao medicamento é multifatorial e essas bactérias podem ser ‘adquiridas’ pelo próprio organismo ou por fatores externos. O problema é que ela diminui a chance de receber um tratamento adequado na hora que você fica doente”, explica Flávia Rossi, diretora médica do laboratório de microbiologia do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

A solução é parar com o uso de antibióticos?

Não. Esses medicamentos são muito importantes e devem ser prescritos com consciência. O mais recomendado é buscar um especialista, já que ele conhece os melhores tipos de remédios para cada caso. “O antibiótico é um recurso muito importante, mas ele não é uma bala, é uma droga que deve ser usada no momento certo e pelo tempo adequado. E a pessoa deve confiar no médico, caso ele não prescreva esse tipo de medicação”, afirma Flávia, que acredita que o uso excessivo dessa medicação foi um dos fatores que contribuiu para a proliferação das superbactérias.

Medidas citadas para conter o avanço das superbactérias:

– Restrição dos antibióticos na cadeia alimentar

– Educação da população

– Investir no saneamento básico

– Aprovação de novos medicamentos

– Investimentos em diagnóstico preciso

– Centro nacional e comitês voltados para o controle de surtos

Fonte: UOL

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