Câncer: O Que é, Seus Números e Causas

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Câncer: O Que é, Seus Números e Causas

O câncer deve ser considerado um problema de Saúde Pública, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer e com a Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer pertencente à Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com estimativas atuais, devem ser esperados 25 milhões de novos casos na população global até 2025.

Mais preocupante é o fato de que mais de 80% dos casos esperados estejam concentrados em países em desenvolvimento onde as condições de assistência ao doente, incluindo o diagnóstico e tratamento, são limitados quando comparadas às encontradas nos países desenvolvidos. Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, estima-se para o Brasil, durante os anos de 2016 e 2017, a ocorrência de em torno de 600 mil novos casos da doença.

Significado

A palavra câncer em medicina é, na verdade, um termo abrangente que engloba mais de uma centena de doenças. Estas doenças diferem amplamente em relação à causa, prognóstico, tratamento, clínica apresentada, órgão ou órgãos acometidos. Assim como também em relação à alterações celulares e moleculares subjacentes.

Todavia, as doenças classificadas como câncer, geralmente possuem um aspecto comum que é representado pela multiplicação celular acelerada e anormal, podendo resultar na invasão de tecidos adjacentes ou distantes a partir do local ou tecido original também referido como lesão primária ou foco primário.

Tipos de Câncer

Existem muitos tipos de cânceres. Segundo destaca o Instituto Nacional de Câncer, de acordo com incidências observadas em 2012, os cânceres mais comuns que acometem a população são:

  • pulmão (incidência de 1,8 milhão casos);
  • mama (incidência de 1,7 milhão casos);
  • intestino (incidência de 1,4 milhão casos);
  • próstata (incidência de 1,1 milhão de casos).

Como mencionado anteriormente, de uma forma geral, os diferentes tipos de câncer podem ter causas distintas, podendo estas ser classificadas em causas ambientais e causas genéticas. Entre os fatores associados ao aparecimento do câncer, destacam-se:

  • o uso regular e prolongado de substâncias tóxicas como as oriundas do cigarro, das bebidas alcoólicas ou de drogas com potencial cancerígeno;
  • a obesidade;
  • o sedentarismo;
  • dietas não balanceadas (já foram associadas à maior incidência de cânceres);
  • a exposição à radiação ou a poluentes ambientais,
  • os vírus com potencial oncogênico como:
    • os vírus causadores das hepatites B e C;
    • o vírus Papiloma Humano;
    • o vírus Epstein-Barr;
    • o vírus linfotrópico da célula T humana.

Há ainda a possibilidade de que determinados tipos de câncer se desenvolvam a partir de mutações herdadas que afetam genes cruciais capazes de regular o crescimento e funções celulares. As mutações herdadas também podem afetar genes que nos protegem do aparecimento de cânceres podendo, de forma indireta, favorecer o aparecimento dos cânceres. Este é o caso, por exemplo, de mutações herdadas que podem acometer os genes supressores de cânceres de mama e ovário conhecidos como BRCA1 e BRCA2 aumentando muito a pré-disposição do indivíduo ao câncer.

Estimativas

Estima-se que em torno de 5% a 10% dos cânceres totais tenham relação com a presença de mutações gênicas herdadas. É importante ressaltar que cânceres nunca devem ser encarados como doenças de causa única. À medida que vivemos, somos expostos à diversas condições ambientais que podem afetar os nossos genes e nosso genoma. O acúmulo gradual de alterações no nosso genoma pode resultar em um conjunto de mutações capaz de conferir à célula uma série de propriedades que a torne mais resistente e com uma capacidade proliferativa aumentada.

Quando se diz que existe uma herança mutacional associada ao câncer, diz-se apenas que indivíduos acometidos com esta herança possuem uma probabilidade aumentada para o desenvolvimento da doença porque não podemos afirmar que ela irá se desenvolver já que o câncer é uma doença de um conjunto de causas.

Finalmente, os cânceres também podem ser entendidos como um produto resultante de alterações em duas classes diferentes de genes:

  • genes supressores de tumor que inibem o crescimento e sobrevivência celular;
  • oncogenes que promovem o crescimento e sobrevivência celular.

Uma vez que várias alterações são normalmente necessárias para o desenvolvimento completo do câncer, o fenótipo celular maligno é o resultado do balanço representado pela ativação de genes supressores de tumor e oncogenes.

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